sábado, 18 de janeiro de 2014

Intolerância à lactose

Alguns indivíduos apresentam um distúrbio nesta digestão, denominado de intolerância à lactose, causada pela deficiência, primária ou secundária, da enzima responsável pela hidrólise da lactose, a lactase.

Durante o processo de digestão, a lactose é hidrolisada no intestino delgado pela enzima lactase. Na
Intolerância à lactose  manifesta-se na forma de uma má absorção deste açúcar, a lactose, presente no leite, podendo causar grande desconforto abdominal e diarréia.

Estudos realizados no Brasil, utilizando sobrecarga de lactose (50gramas por dia) em vários indivíduos, apresentaram resultados bastante significantes, com 70% deles tendo apresentado, diferentes graus de intolerância à lactose, com sintomas clínicos característicos de dores abdominais, flatulência e diarréia.



Embora, muitas vezes, sejam usados como sinônimos, é importante estabelecer diferença entre a intolerância, a alergia e a sensibilidade, pois suas consequências são bem diferentes, indo desde um mal estar até o risco de morte.
  • A alergia é uma resposta imunológica do organismo a algum componente alimentar.
  • A intolerância é uma reação adversa que envolve digestão, absorção e metabolismo de algum componente do alimento. Deficiência enzimática.
  • A sensibilidade é uma resposta anormal do organismo, que pode provocar sintomas e reações parecidas com a alergia.
 A ingestão de lactose pelos indivíduos com deficiência de lactase pode ou não produzir manifestações clínicas, as quais variam de um ligeiro desconforto abdominal até o surgimento do quadro diarréico com flatulência, cólicas e vômitos
O problema de intolerância à lactose levou pesquisadores do mundo inteiro ao estudo de sua prevalência, fisiopatologia, mortalidade, morbidade e tratamento adequado.

Os estudos epidemiológicos disponíveis na literatura informam que a maioria dos não-brancos da América do Norte gradualmente perde a sua capacidade de digerir a lactose entre os 10 e 20 anos de idade. Estima- se que a intolerância à lactose afete até 90% dos orientais adultos e 75% dos negros e índios americanos. Há alta incidência, também, entre as populações da área do Mediterrâneo

Apesar de sua prevalência ser significativa em todo o mundo, existem determinados grupos etnológicos onde a prevalência da intolerância à lactose é maior, tais como:
  •  os asiáticos, os orientais, os sul-americanos e os negros, que apresentam, quando adultos, até 80% da deficiência.
No Brasil, estima-se que cerca de 35 a 40 milhões de adultos tenham perturbações digestivas após a ingestão de um copo de leite de vaca, tais como:
  •  digestão lenta, distensão abdominal, empachamento, meteorismo, aumento do número diário das evacuações, fezes pastosas e fétidas.
Outro fato importante é que, muitas vezes, a lactose é ingerida em excesso, como parte constituinte de produtos industrializados, sem o conhecimento do paciente e com isso, aumentando ainda mais a sua prevalência

Como a enzima lactase está localizada nas células da mucosa intestinal, sua deficiência secundária, ocorre nas doenças associadas às alterações morfológicas desta mucosa, em especial, na jejunal.
 Pode advir, por exemplo, da doença celíaca, do espru tropical, das infecções intestinais agudas e da toxicidade por antibióticos, em geral, a neomicina. Na infância, essa deficiência pode ser secundária às infecções entéricas ou à cirurgia abdominal.

Manifestações Clínicas
Os sintomas e sinais da intolerância à lactose são semelhantes a qualquer outra deficiência enzimática específica. 
  • A criança que não metaboliza a lactose terá diarréia e poderá não ganhar peso. 
  • O adulto apresentará borborigmo, distensão abdominal, flatulência, náuseas, diarréia e cólicas abdominais.
Mesmo quando somente a absorção de lactose está diretamente prejudicada pela deficiência da lactase, a diarréia resultante pode ser intensa, o suficiente para eliminar os outros nutrientes antes que eles possam ser absorvidos, podendo provocar a desnutrição, perturbações digestivas após a ingestão de um copo de leite de vaca.


 Os métodos diagnósticos mais utilizados são os que se baseiam nas medidas da glicemia e a excreção do hidrogênio no ar expirado após sobrecarga com lactose.

O teste de tolerância à lactose é especifico para o distúrbio clinico da deficiência da lactase. Uma dose oral de, aproximadamente, 50g (pouco mais que dois copos, pois cada 200ml de leite integral tem 18g de lactose) de lactose causa diarréia com distensão e desconforto abdominal e a curva glicemica é baixa ou plana. Quantidades equivalentes de glicose e galactose produzem aumento normal na glicemia sem diarréia. Um aumento de menos de 20mg/dl na glicemia é anormal.




O tratamento da intolerância à lactose consiste, basicamente, em excluir os alimentos que contêm lactose. A ingestão de bebidas fermentadas de leite, por exemplo o Kefir, que, à semelhança dos iogurtes, contêm diferentes culturas de lactobacilos, podem melhorar a tolerância à digestão da lactose em adultos

 
Alimentos fontes de Cálcio:


 Se uma dieta de exclusão total de lactose é usada para o tratamento da intolerância à lactose, a mesma deve incluir um boa fonte de cálcio e/ou suplementação de cálcio para atender diariamente os níveis de ingestão recomendados.

  •  Couve, Repolho, brócolis, espinafre, escarola, tofu, sardinha, folhas de nabo, gergelim, vegetais verdes escuros.


Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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