quinta-feira, 9 de abril de 2015

A importância da Alimentação no Primeiro Ano de Vida

A alimentação saudável, especialmente no primeiro ano de vida, é de fundamental importância visto que nesta fase o crescimento e o desenvolvimento ocorrem de maneira pronunciada. Vale ressaltar que ao longo do primeiro ano de vida a criança via de regra, triplica o peso de nascimento e cresce cerca de 25 centímetros.

Outro aspecto de fundamental importância diz respeito à promoção da saúde e prevenção de doenças a curto e longo prazo e nesse sentido hábitos alimentares e estilo de vida adequado devem ser cultivados desde o nascimento.

A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que o aleitamento materno exclusivo (aquele sem água, chá e nenhum outro tipo de alimento) seja promovido até os seis meses e que o aleitamento persista até 2 anos de idade ou mais.

 A introdução de alimentos complementares deve ocorrer aos 6 meses de idade iniciando-se com papa e suco de frutas e posteriormente com a papa como refeição principal. O tipo de fruta a ser oferecido terá de respeitar as características regionais, custo e estação do ano e a presença de fibras, lembrando que nenhuma fruta é contra indicada. O suco natural deve ser utilizado preferencialmente no intervalo das refeições, e não em substituição a estas, em quantidade máxima de 240 ml/dia.



Modo de preparo das papinhas

A consistência da papa deve ser progressivamente aumentada (sempre amassada com o garfo e não liquidificada) evitando-se assim a administração de sopas ralas com calorias insuficientes.



As papas devem ser compostas por misturas múltiplas envolvendo os 4 grupos alimentares:
  •  cereais ou tubérculos (arroz, milho, batata, etc) + leguminosas (feijão, soja, ervilhas, lentilha ou grão de bico) + proteína animal (carne bovina, frango, vísceras, ovos ou peixe) + hortaliças ou legumes (agrião, acelga, almeirão, cenoura, chuchu, abóbora, etc). 
  • O estímulo ao consumo diário de frutas, verduras e legumes é essencial para o desenvolvimento de hábitos saudáveis. 
  • Cuidado deve ser tomado também, com a higiene no preparo e manuseio dos alimentos, garantindo armazenamento e conservação adequados.
                                                                                                                            

São cada vez mais frequentes os casos de bebês com intolerâncias e alergias alimentares. A Veja as principais diferenças entre as fórmulas infantis existentes no mercado.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o bebê deve receber  o leite materno até os 6 meses de vida, pois é rico em substâncias que fortalecem o sistema imunológico, como anticorpos e prebióticos (fontes de carboidratos benéficos na flora intestinal), fornece tudo o que a criança precisa para crescer saudável além de proteger de futuras infecções e alergias.

Porém, quando as intolerâncias e alergias aparecem, a principal maneira de resolver essa situação sem comprometer o desenvolvimento do bebê é recorrer às fórmulas infantis especiais.  

O que são essas fórmulas infantis especiais? 

São fórmulas modificadas com nutrientes específicos para atender as necessidades nutricionais do bebê nos casos de alergias e intolerâncias alimentares.



DIFERENTES TIPOS DE FÓRMULAS PARA ATENDER DIFERENTES NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Existem quatro tipos de fórmulas:

1. As extensamente hidrolisadas, passam por um processo em que a proteína é fragmentada para diminuir a chance de reação alérgica.

  • Fórmulas mais usadas:     Alfaré – Alergomed – Pregomin

2. Aquelas à base de soja, onde não existe a proteína animal como fonte protéica, são indicadas nos casos em que há sintomas respiratórios e cutâneos.

No entanto, existem alergias intermediadas por células que provocam sintomas gastrintestinais. *Quando isso ocorre, a soja não é recomendada para substituir o leite de vaca porque sua proteína também pode causar alergia.
  • Fórmulas mais usadas:  Nan Soy – Isomil – Aptamil Soja 1 e 2 – Supra Soy sem lactose

3. As fórmulas de aminoácidos livres são as únicas que realmente podem ser chamadas de não-alergênicas.

Isso porque elas contêm frações protéicas mínimas, o que praticamente anula o risco da doença atacar.

  • Fórmulas mais usadas: Aminomed – Neocate

4. As fórmulas sem lactose não possuem na sua fonte de carboidrato o nutriente lactose.

  • Fórmulas mais usadas: Nan sem lactose – Supra Soy sem lactose – Nan Soy – Aptamil Soja

DICAS IMPORTANTES AOS PAIS

As reações do organismo e os níveis de alergia variam de criança para criança. Por isso, não é aconselhável que os pais modifiquem a alimentação de seus filhos sem orientação médica, principalmente na tentativa de substituir o leite de vaca pelo de cabra, por exemplo. Este é um erro comum e não ajuda em nada, já que as proteínas dos dois leites são muito parecidas.



Outro alerta importante:  

Existem leites sem lactose que contém proteína animal como fonte protéica. Se o seu filho faz alergia à proteína e você pensa que é intolerância a lactose estará dando a fórmula errada ao seu filho e os sintomas irão continuar. Portanto, é fundamental que você consulte seu pediatra para indicar o tratamento mais adequado. 

Nunca troque uma fórmula porque você viu uma propaganda ou um relato de amigo. Esta conduta pode ser perigosa já que os sintomas de intolerâncias e alergias são semelhantes e somente um profissional da saúde poderá fazer os exames e chegar ao diagnóstico correto para indicar o melhor tratamento ao seu filho.


Abaixo receitas de papa com as quantidades indicadas para ilustrar:


Papa – Exemplo 1

Ingredientes:
1 colher de sopa de macarrão
½ unidade de mandioquinha
2 colheres de sopa abobrinha
2 colheres de sopa de carne moída (50g)
1 ramo de espinafre
1 colher de chá de cebola picada
1 colher de sobremesa de óleo
1 colher das de sopa de lentilha

Modo de Preparo

Lave bem os legumes em água corrente. Descasque-os e corte em pedaços pequenos. Reserve. Em uma panela pequena, aqueça o óleo e refogue a carne moída e a cebola. Acrescente os legumes, o macarrão e a verdura. Cubra com água. Tampe e cozinhe até que os ingredientes fiquem macios e com pouco caldo. Amasse com o garfo e sirva.

Papa – exemplo 2
Ingredientes:
1 batata média
2 cubos médios de abóbora
½ filé de frango (50g)
2 folhas de alface
2 colheres de sopa de abobrinha
2 colheres de sopa de feijão
1 colher de chá de cebola picada
1 colher de sobremesa de óleo

Modo de Preparo

Lave bem os legumes em água corrente. Descasque-os e corte em pedaços pequenos. Reserve. Em uma panela pequena, aqueça o óleo e refogue o frango e a cebola. Acrescente os legumes, o feijão e a verdura. Cubra com água. Tampe e cozinhe até que os ingredientes fiquem macios e com pouco caldo. Amasse com o garfo e sirva.

Esquema para introdução dos alimentos complementares:


Até o 6º mês = Leite materno exclusivo sem  água, chás ou sucos

6º ao 7º mês = Leite materno, suco e papa de frutas

7º ao 8º mês = Papa como refeição principal

9º ao 11º mês = Passar gradativamente para a alimentação da família

12º mês = Comida da família*



*Importante que os pais tenham hábitos saudáveis pois servirão de modelo para a criança

  • Não se deve acrescentar açúcar ou leite às papas (na tentativa de melhorar a aceitação), pois podem prejudicar a adaptação da criança às modificações de sabor e consistência das dietas.
  • A exposição frequente a um determinado alimento facilita sua aceitação. Em média são necessárias 8 a 10 exposições ao alimento para que ele seja plenamente aceito pela criança. Não devem ser acrescidos temperos prontos e sal em excesso na preparação da papa. A oferta de água potável passa a ser necessária nesta fase.
  • Alimentos enlatados, embutidos, macarrão instantâneo, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas não devem ser oferecidos à criança.
  • Diante da impossibilidade do aleitamento materno, deve-se utilizar uma fórmula infantil que atende todas as necessidades da criança menor de um ano. 
  • O leite de vaca fluido (em embalagem longa vida, UHT) ou em pó não deve ser introduzido no primeiro ano de vida é o que recomenda a Sociedade Brasileira de Pediatria.  
  • A utilização do leite de vaca em crianças abaixo de um ano eleva o risco para o desenvolvimento da anemia devido ao conteúdo reduzido de ferro que além do mais é pouco absorvido, há também pequena quantidade de gorduras essenciais para o desenvolvimento do cérebro e da retina, outra limitação reside na quantidade insuficiente de vitaminas como a C, do complexo B e a E.
O Manual de Orientação para alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola desenvolvido pelo Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria encontra-se disponível no site www.sbp.com.br.
 Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

Nenhum comentário:

Postar um comentário