domingo, 20 de dezembro de 2015

Festas e férias chegando... Cuidado com a Intoxicação Alimentar

As  intoxicações  alimentares  bacterianas  ocorrem  quando  um  indivíduo  consome   alimentos   contendo   toxinas   previamente   produzidas   durante   o  crescimento  de  colônias  bacterianas  nos  alimentos.

Geralmente essas  toxinas  não  possuem  odor  nem  sabor  e  a  intoxicação  pode  ocorrer  mesmo  que  as  bactérias produtoras não estejam  mais presentes no alimento.

A intoxicação alimentar é uma doença comum normalmente pouco grave mas que,  por vezes, pode ser fatal.  A intoxicação alimentar acontece quando alguém ingere  alimentos ou bebidas contaminadas com bactérias ou toxinas. Muito raramente, a  intoxicação alimentar também pode ser causada por toxinas de substâncias  químicas ou pesticidas.

É difícil detectar se os alimentos ou as bebidas estão contaminados pois o  aspecto, o sabor e o cheiro poderão não ser afetados. A intoxicação alimentar  pode afetar uma pessoa ou um grupo de pessoas, se todos tiverem ingerido o  mesmo alimento contaminado.


Sintomas mais comuns são:

  •  vômitos, dores abdominais e diarreia devido à inflamação do trato gastrointestinal (estômago e intestinos).
  • Dependendo da causa, os sintomas podem ainda incluir: calafrios, fezes com sangue, desidratação, dores musculares, fraqueza e exaustão
  • Em casos muito raros, a intoxicação alimentar pode ser séria e causar danos no
    sistema nervoso. Em casos extremos, pode até causar paralisia ou morte.

 O tratamento vária da gravidade da intoxicação alimentar. A maioria das pessoas até podem resolver o problema em casa, tomando muito líquido, soro e alimentação leve. Mas ao passar dos dias se continuar os sintomas, é necessário ir ao um hospital para ser medicamentado.




Alguns  exemplos  de  bactérias  que  causam  intoxicações:

  • Clostridium botulinum,
  • Clostridium  perfringens,
  • Staphylococcus  aureus 
  • Bacillus  cereus

Algumas das toxinas bacterianas são termolábeis, ou seja, são destruídas pela ação do calor, como a toxina botulínica. 
Porém, existem toxinas como a toxina  estafilocócica,   que   resistem   ao  processo   de   cozimento   e   não   têm   suas  propriedades tóxicas alteradas. 
De forma geral, a maior parte das intoxicações  alimentares  bacterianas  não é grave e  os  sintomas  desaparecem  em  cerca  de  três  dias  (uma  exceção  é  a  intoxicação  por  Clostridium  botulinum,  que  pode  levar a morte).

Diferentemente  das  infecções  bacterianas,  as  intoxicações  não  possuem  tempo  de  incubação,  ou  seja,  os  sintomas  se  manifestam assim  que  a  toxina  chega ao aparelho intestinal.
 
A seguir, exemplos de bactérias mais comuns associadas às intoxicações alimentares.
 
1. Clostridium botulinum

É  um  bacilo  gram- positivo  e  está  amplamente  distribuído  no  meio  ambiente.  Diferentemente  das  outras  bactérias  já  comentadas,  o  Clostridium  botulinum causa  intoxicação  e  não  infecção,  ou  seja,  o  botulismo  é  causado  pela  ingestão  de  alimentos  que  contém  neurotoxinas  produzidas  durante  o  crescimento  da  bactéria. 

*A  toxina  botulínica  é  a  exotoxina  bacteriana  mais  potente que se conhece, podendo ser letal a uma dose de apenas 0,12 μg. Os  principais  alimentos  que  podem  conter  essa  toxina  são  aqueles  que  passam  pelo processo de defumação, como presuntos e salsichas (embutidos).

A  toxina  botulínica  não  sofre  efeitos  dos  ácidos  estomacais,  sendo  absorvida no intestino delgado. Quando atinge os vasos sanguíneos, a toxina é  rapidamente  transportada  para  os  transmissores  nervosos,  resultando  na  paralisia  dos  músculos  controlados  por  estes  nervos.  Os  danos  causados  são, na  maioria  das  vezes,  irreversíveis. 

 Os  primeiros  sintomas  são:  
  • náuseas  e  vômitos e, com a progressão da doença, os músculos cardíacos e respiratórios  podem ser afetados, levando ao óbito.
O tratamento tem como objetivo impedir que o intestino absorva a toxina e  neutralizar  parte  da  toxina  que  já  se  encontra  na  corrente  sanguínea. 
  • Lavagens  gástricas,  além  de  hidratação  e  nutrição  enteral  precoce  são  alguns  dos  procedimentos  indicados  em  caso  de  intoxicação.  

*Antibióticos  não  são  utilizados,  pois  podem  ocasionar a  lise  de  possíveis  C.  botulinum ingeridos  e  liberar mais toxina botulínica no trato gastro intestinal.
*A prevenção pode ser feita através da adoção  de medidas de conservação adequadas  para   alimentos   embutidos,   defumados   e   em   conserva   e   não  consumir  estes alimentos  se  apresentarem  alterações  de  cor  e  consistência.
*Não  é  indicado  que  crianças  menores  de  dois  anos  consumam  mel  de  abelha  pelo risco de contaminação por  C. botulinum 

2. Staphylococcus aureus

São bactérias Gram-positivas que se apresentam de várias formas: cocos,  diplococos  e  principalmente  estafilococos  (parecido  com  um  cacho  de  uvas).  Podem se multiplicar numa ampla faixa de temperatura ( de 7,8ºC até 48,5ºC) e  as  células,  ao  crescerem  no  alimento,  produzem  a  toxina  estafilocócica,  uma  enterotoxina que resiste às altas temperaturas de cozimento dos alimentos. 

As  fontes  de  contaminação  por  Staphylococcus  aureus  são:
  •   produtos lácteos, carnes (principalmente de aves), ovos, atum, macarrão, etc. 
  • Na maioria  das  vezes,  são  produtos  que  requerem  muita  manipulação  no  preparo,  já  que Staphylococcus aureus é um micro-organismo presente na pele.
Os  sintomas  da  gastroenterite  estafilocócica  incluem:

  •  náuseas,  vômito, dores   abdominais,   diarreia,   sudorese   e  cefaleia
  • Esses   sintomas   podem  aparecer de 30 minutos a seis horas após a ingestão do alimento contaminado e o quadro sintomático dura em média dois dias. 
  • Não há complicações severas  causadas  pela  intoxicação  por  Staphylococcus  aureus,  porém,  intoxicações  severas podem levar indivíduos imunodeficientes ao  óbito.
Como  não  é  considerada  grave,  a  intoxicação  por  S.  aureus é  tratada  com  reposição  de  líquidos  e  sais.    Para  prevenir,  é  necessário  que  as  pessoas  que   manipulam   alimentos   tenham   cuidados   com   as   condições   higieno-sanitárias para evitar contaminações. 

Também é necessário que alimentos com  maior  risco  de  contaminações,  como  carnes,  produtos  lácteos,  ovos  e  molhos  sejam  sempre  mantidos  em  temperaturas  baixas  e  respeitar  seu  período  de  consumo. 

Como prevenir a intoxicação alimentar?

                                   Mantenha os alimentos em temperaturas seguras



A grande dificuldade da prevenção é o fato de os alimentos contaminados não apresentarem sinais da presença do micro-organismo. A prevenção das intoxicações alimentares está diretamente associada ao saneamento básico, aos cuidados no preparo dos alimentos e a medidas básicas de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro. 
Não se alimente em qualquer lugar em dias de férias e viagens, tenha certeza da higiene e procedência do alimento consumido, e evite maiores complicações.

Link sobre o assunto:

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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