quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Os Benefícios dos diversos tipos de Chás

As virtudes medicinais dos chás são de  conhecimento milenar. Já na civilização  egípcia, 1.500 anos A.C., o uso do sene,  tão popular até hoje, era descrito. Devido  à evolução da indústria farmacêutica nos  anos 50, diminuiu-se o uso das plantas  medicinais, que foram substituídas pelos  medicamentos sintéticos. Na década de 80, o interesse pelos recursos fitoterápicos voltou a crescer, desta  vez com investimentos para a pesquisa  nessa área. 


 Atualmente o chá é uma das bebidas mais consumidas  do mundo. Características como agradável aroma e  sabor contribuíram para a popularização dessa bebida,  mas é devido às suas propriedades medicinais que esta se espalhou pelas diversas culturas. Essas propriedades devem-se  à presença, em sua composição química, de compostos biologicamente ativos como: flavonoides, catequinas, polifenóis,  alcaloides, vitaminas e sais minerais .
 

Uma adequada  hidratação auxilia no funcionamento  intestinal, na produção de enzimas digestivas, no equilíbrio hídrico de todas as  células, inclusive diminuindo inchaços. Tomando chás, além de conseguirmos os  efeitos de hidratação, podemos potencializar os benefícios com as propriedades  específi cas de cada planta e ainda, ajudar  o metabolismo no processo de desintoxicação por meio das catequinas, substâncias presente nos chás de ervas.

Variedades dos chás

No que diz respeito ao chá propriamente dito, existe uma grande variedade de tipos e sabores, o que leva também ao crescimento de um grupo de apreciadores, verdadeiros connaisseurs, à semelhança do que acontece com o mundo da enologia. Ainda assim, é possível agrupar os diferentes tipos de chá em quatro grupos, de acordo com a sua oxidação: chá preto, oolong, verde e branco.

 Chá preto

É de longe o tipo de chá mais popular no mundo ocidental: mais de 90% do chá consumido é preto. Curiosamente, esta tendência é relativamente recente, uma vez que só a partir de finais do século XIX é que o chá preto começou a preferido em relação ao chá verde.

Marcado pelo seu sabor intenso e cor escura, é também conhecido como chá vermelho. Este chá é produzido através da oxidação intensa das suas folhas, o que leva também a que tenha o teor mais elevado de cafeína de todos os tipos de chá. É também dos que mais frequentemente é misturado com folhas de outras plantas, criando aromatizações diferentes e apelativas.

Os principais produtores de chá preto são a Índia e a China, ainda que existam outras plantações de elevada qualidade em África e em países como a Tailândia e a Indonésia. Os mais populares são os chás pretos de Assam e Darjeeling, na Índia, e de Keemun, na China.

À semelhança dos outros tipos de chá, também o preto tem vários benefícios para a saúde, destacando-se a minimização do risco de doenças coronárias. Contudo, o elevado nível de cafeína que tem leva a que o seu consumo excessivo não seja recomendado.
 
Chá Oolong

Este chá tipicamente chinês é internacionalmente conhecido pelo seu nome original, “oolong”, que significa “dragão negro”. A origem do nome é incerta: algumas versões apontam para o local onde era originalmente plantado, outras para o nome da pessoa que o descobriu. é que tem sido, desde sempre, um produto característico da China, onde ainda hoje é produzido.

O chá oolong é caracterizado por uma oxidação variável, mas sempre inferior ao chá preto e superior ao verde. O sabor aproxima-se mais deste último, mas sem deixar de realçar o sabor a “ervas” característico do chá verde e que desagrada a muitas pessoas. Dois dos chás oolong mais apreciados são o Da Hong Pao e o Tieguanyin.

Dado o seu estado intermédio, há quem considere este chá como um subtipo e não como um tipo por si só, incluindo-o na categoria dos chás verdes. Contudo, a especificidade do seu sabor justifica que seja considerado à parte.
 
Chá Verde

Igualmente proveniente da China, é o tipo de chá mais popular no oriente (ao contrário do ocidente, onde prevalece o chá preto). Na verdade, no Japão nem é referido como “verde”, mas apenas como chá.

Este chá caracteriza-se por ser submetido a uma oxidação mínima. Contém um teor muito reduzido de cafeína, e as suas propriedades medicinais são conhecidas há vários milénios. É também a esse factor que se deve o recente aumento de procura deste chá, consequência ainda do aumento de investigação científica que se tem verificado nas últimas décadas.

Apesar de terem sido destruídos vários mitos, que apontavam o chá verde como agente retardador do progresso de doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson, ou de tratamento de esclerose múltipla (entre vários outros), certo é que se tem verificado um papel significativo do chá verde na redução de doenças cardiovasculares, artrite, combate à obesidade. Vários outros estudos procuram encontrar fundamento científico para a relação com o stress, diabetes, sistema imunitário, cancro e mesmo o VIH.

Se procura um chá verde de qualidade superior, a escolha mais indicada serão os chás Longjing, Bi Luo Chun ou Da Fang, da China, e Gyokuro, Matcha ou Sencha, do Japão.

Chá branco

Trata-se de um chá feito a partir de folhas ainda jovens, sem oxidação. Por esse motivo, é também o que tem menor teor de cafeína, mas as semelhanças da produção levam a que seja considerado, com alguma frequência, um subtipo de chá verde.

Grande parte dos efeitos medicinais do chá verde podem ser adoptados para o chá branco, mas existem alguns estudos que afirmam que este chá tenha vantagens ao nível dos efeitos anti-bacterianos e anti-virais.

Os chás brancos mais apreciados são os da região chinesa de Fujian, como por exemplo o Bai Hao Yinzhen ou o Shou Mei.

Tisanas

Como foi afirmado no início, se a infusão não provém da planta camellia sinensis, não se pode dizer que se trate verdadeiramente de um chá. Contudo, o uso popular leva a que existam vários outros tipos de tisanas que obrigatoriamente não poderiam deixar de ser referidas.

Tisanas como o “chá” de limão, cidreira, camomila, tília ou menta são bastante apreciadas – tão populares como o verdadeiro chá – e são tão ilimitadas quanto a variedade de plantas, frutos e árvores aromáticas que existem.

Muitas destas infusões alegam também efeitos medicinais, habitualmente associados aos efeitos primários das plantas em que se baseiam. Contudo, convém não os confundir com os efeitos terapêuticos do chá, bem mais consolidados e comprovados que os das tisanas.

 Benefícios

 

Digestivos
  •  Cáscara sagrada, boldo-do-chile, camomila, espinheira-santa, carqueja e hortelã-pimenta.

Benefícios - "As plantas com esse poder promovem o relaxamento da musculatura do trato gastrointestinal, reduzindo tanto as cólicas quanto o desconforto no abdome. Também diminuem os gases que se formam no intestino e no estômago e facilitam, e muito, todo o processo digestivo".


Termogênicos
  •  Canela, gengibre, cravo-da-índia, chá verde e laranja-amarga.

Benefícios - São indicados para potencializar a termogênese - processo regulado pelo sistema nervoso que leva à transformação da glicose e da gordura em energia. Eles aceleram o metabolismo e aumentam a queima de calorias, por isso o consumo é recomendado para quem segue dietas de emagrecimento.


Contraindicações - Grávidas e cardíacos.


Antivirais
  •  Alho, eucalipto, gengibre, limão, sabugueiro, salgueiro, alcaçuz e guaco.

Benefícios - Fortalecem o sistema imunológico e têm propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Algumas plantas, como o gengibre, são ainda mais poderosas: elas conseguem dificultar o
acesso dos vírus às células, impedindo que as doenças - principalmente gripes e resfriados, tão comuns nesta época do ano -, acabem se instalando no organismo.


Diuréticos
  • Quebra-pedra, chapéu-de-couro, cavalinha, cana-do-brejo, bardana e dente-de-leão.

Benefícios - Estimulam o bom funcionamento dos rins, colaborando com a eliminação da urina. "Como essas plantas auxiliam na reabsorção de sódio e de água, atuam no processo de desintoxicação e no tratamento das infecções urinárias".

Receita esperta - Misture cavalinha, cana-do-brejo, chapéu-de-couro e quebra-pedra.

Contraindicações - Grávidas e pessoas com pressão baixa. Quem sofre de insuficiência renal ou cardíaca também não deve lançar mão desse tipo de chá.


Guia recomendado para preparar todo o tipo de chá

  •     Chá preto: a preparação de um chá preto exige que a água seja fervida, ou seja, que atinja o ponto de ebulição (100ºC). Recomenda-se um tempo de infusão entre 3 e 5 minutos.
  •     Chá branco: este chá não requer que a água chegue ao ponto de ebulição, caso contrário pode “queimar” o mesmo, daí que a temperatura ideal da água deve situar-se entre os 70ºC e os 80ºC, ou seja, quando pequenas bolhas começam a formar-se no fundo da chaleira. Recomenda-se um tempo de infusão entre 4 e 8 minutos.
  •     Chá verde: o chá verde está no seu melhor quando a sua água for aquecida a uma temperatura mais baixa, idealmente entre os 65ºC e os 80ºC, ou seja, quando pequenas bolhas começam a formar-se no fundo da chaleira. Recomenda-se um tempo de infusão entre 2 e 4 minutos.
  •     Chá oolong: preparar um chá oolong requer uma água que atinja uma temperatura entre 85ºC e 95ºC, ou seja, quando já se começam a formar bolhas médias na chaleira. Recomenda-se um tempo de infusão entre 4 e 6 minutos.
  •     Tisana: a preparação de uma tisana requer que a água seja fervida, ou seja, que atinja o ponto de ebulição. Recomenda-se um tempo de infusão entre 5 e 8 minutos.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

Nenhum comentário:

Postar um comentário