quinta-feira, 10 de março de 2016

Endometriose, problema uterino que acomete muitas mulheres

A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna (não é câncer) que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crônica e infertilidade.


Endométrio é uma fina membrana que recobre a camada interna do útero. 
 
Durante o ciclo menstrual o endométrio sofre transformações induzidas pelas variações hormonais, crescendo e se tornando um tecido rico em vasos sanguíneos. O endométrio cresce para ficar apto a receber e nutrir o embrião em caso de gravidez. Quando o ciclo termina e o óvulo não foi fecundado, essa parede espessa do endométrio desaba e é expelida para fora do útero. Este processo é a menstruação.


 Endometriose
 
A endometriose é uma doença caracterizada pelo aparecimento de pedaços de tecido endometrial fora da parede interna do útero. A endometriose pode acometer bexiga, intestinos, apêndice, vagina, ureter e raramento órgãos distantes da pelve como pulmões e sistema nervoso central. Também podem surgir tecidos de endométrio em cicatrizes cirúrgicas do abdômen e pelve. 


Os locais mais comuns onde ocorrem a endometriose são em ordem decrescente:

– Ovários
– Regiões ao redor do útero incluindo o fundo de saco de Douglas e ligamentos uterinos
– Porção exterior do útero
– Trompas
– Regiões finais do intestino

*A endometriose pode acometer mais um local diferente ao mesmo tempo, podendo coexistir em 3 ou 4 órgãos diferentes.

Este endométrio em locais atípicos reage aos estímulos hormonais do ciclo menstrual exatamente como o endométrio dentro do útero, ou seja, ela sofre proliferação e depois sangra, causando a curto prazo irritação e a longo prazo fibrose dos tecidos ao redor. Esta característica é a responsável pelos principais sintomas da endometriose que serão discutidos mais a frente.

As causas da endometriose ainda não são plenamente conhecidas. 
  • Estima-se que até 10% das mulheres tenham a doença. 
  • Cerca de 80% dos casos de dor pélvica crônica em mulheres são causados pela endometriose.
  • A faixa etária mais acometida é a de 25 a 35 anos.

Sintomas da endometriose

Dependendo do local onde ocorre a endometriose, a paciente pode apresentar um quadro clínico que varia desde sintoma nenhum, até dor constante e ininterrupta. Porém, o sintoma mais comum da endometriose é a dor associada ao período menstrual, pois, como já referido, assim como o endométrio normal dentro do útero, esse pedaço tecido endometrial exterior também sangra no final do ciclo menstrual. A endometriose é uma causa comum de dismenorreia secundária.
 *Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina; se estiver nos intestinos poderá haver sangue nas fezes. A presença de endometriose na cavidade abdominal ou na pelve faz com que haja sangramento para essas cavidades, causando intensa inflamação e dor.

*A endometriose também está muito associada a infertilidade, pois os ovários é um dos locais mais frequentemente cometidos, causando inflamação crônica, cicatrização e adesões dos ovários e trompas. A endometriose acometendo a parte externa do útero também pode levar a deformidades do mesmo e de áreas da pelve, tornando o aparelho ginecológico inapto para uma gravidez.


Outros sintomas comuns da endometriose incluem:
  •  a dispareunia (dor durante relação sexual), 
  • excesso de sangue durante a menstruação, 
  • diarreia,
  •  constipação intestinal 
  • e fadiga crônica.

*A endometriose não é um tipo de câncer, porém, quando acomete os ovários, ela parece aumentar o risco de câncer ovariano. Curiosamente o uso de pílulas anticoncepcionais parece reduzir este risco.
 
Diagnóstico da endometriose

Em muitas mulheres o quadro clínico de dor pélvica cíclica é bastante sugestivo, porém insuficiente para se estabelecer o diagnóstico. 
 Exames de imagem com a ultrassonografia podem ajudar a descartar outras causas para os sintomas, como tumores, mas também raramente conseguem fechar o diagnóstico da endometriose. 

*Para se ter certeza do diagnóstico é preciso olhar diretamente para dentro da pelve/abdômen, o que só é possível através da laparoscopia, um procedimento cirúrgico.
 Durante a laparoscopia é possível procurar pelos implantes e biopsiá-los quando necessário.


Tratamento da endometriose

O tratamento normalmente inicia-se com medicamentos para a dor, os mais usados são os anti-inflamatórios. Estes remédios são apenas sintomáticos e não agem diretamente na doença.

O uso de anticoncepcionais orais ajuda a controlar o ciclo hormonal, reduz os sangramentos e consequentemente a dor.

O GnRH é um hormônio que causa uma menopausa temporária, impedindo a liberação de estrogênios e cessando a menstruação. O tratamento reduz a dor em 80% dos pacientes e ajuda a diminuir o tamanho da endometriose. Esta droga pode ser usada por até 12 meses.


Cirurgia para endometriose

A cirurgia é indicada nos casos de dor severa, grande sangramento, infertilidade ou ausência de resposta ao tratamento clínico. 

 
A cirurgia visa a remoção dos tecidos endometriais e fibroses/adesões que possam já existir. Atualmente a cirurgia mais usada é a laparoscopia.
Em casos muitos graves, com múltiplos implantes de endometriose, pode ser necessária a remoção de todo útero e/ou ovários.






Fonte: http://www.mdsaude.com/2011/01/endometriose-sintomas.html
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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